“A força desse país está em sermos majoritariamente cristãos”, afirma Malta
por Jarbas Aragão
A atuação do senador Magno Malta (PR/ES) nos últimos tempos ficou marcada por sua feroz oposição ao governo da presidente afastada Dilma Rousseff e pelos seus discursos incisivos no plenário do Senado durante os debates do impeachment. Porém, sua atuação política abrange várias outras causas, com destaque ao combate à pedofilia e ao narcotráfico.
Atualmente, atua como presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Família e Apoio à Vida, que reúne parlamentares contrários ao aborto. Em seu posicionamento sempre deixou claro que segue os valores cristãos. Evangélico, ele é casado com a cantora Lauriete e também já gravou CDs de louvores.
Durante a campanha de Dilma em 2010, Malta, assim como muitos políticos cristãos, apoiaram a então candidata acreditando nos seus projetos voltados para a área social. Contudo, acabou rompendo com o governo petista pouco tempo depois de ela assumir. Embora tenha assinado uma carta-compromisso se comprometendo a não enviar ao Congresso projetos pró-aborto, Dilma mudou de postura.
Para angariar apoio dos evangélicos, a então candidata dizia ser “pessoalmente contra o aborto”. O tempo mostrou que era “tudo mentira…. Ela usou os evangélicos”, afirmou Malta em entrevista ao Gospel Prime.
Uma das provas mencionadas por ele foi a nomeação de Eleonora Menicucci como ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Em seu discurso de posse, ela afirmou que lutaria pela legalização do aborto e manteve sua postura até perder o cargo em abril, junto com os outros ministros de Dilma.
Questionado sobre as mudanças para o país com governo de Michel Temer, o senador do PR afirma que as coisas estão voltando ao normal. “O Brasil é uma nação cristã. Temos o maior número de católicos do mundo”, lembrou. “Esse governo ideológico de minorias queria enfiar [pautas liberais] goela a baixo… Defendiam a ditadura do proletariado”, sintetiza, comemorando o afastamento da presidente.
Para ele, “Não tem volta”. Agora, acredita Malta, a expectativa dos brasileiros em todos os sentidos é de “ dias melhores”. Nesta semana, ocorre em Brasília mais uma Marcha a favor da vida, da qual ele é um dos incentivadores. O senador entende que sobre esse assunto “Os cristãos vão sempre se levantar, pois o aborto é um acinte contra a natureza de Deus”.
Como político, entende que o debate continuará acontecendo, mas que a legalização não deverá passar. Explica que a Frente em Defesa da Família e Apoio à Vida reúne conservadores, não apenas os evangélicos. Ele é o relator do projeto de legalização do aborto e explica que já fez seis audiências públicas, mas seu parecer foi contrário.
Assevera ainda que a defesa da vida não é propriedade dos evangélicos. “A força desse país é sermos majoritariamente cristãos”, sentenciou. Entende que o fracasso do governo petista servirá para aumentar o número de parlamentares que defendem as agendas conservadoras.
Finalizou lembrando que a nova gestora da Secretaria de Políticas para Mulheres, a ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) não concorda com a descriminalização do aborto. Evangélica, ela já se manifestou contra o procedimento inclusive em casos de estupro, o que é permitido por lei no Brasil desde 1984.